- 1. Propõe e defende a propriedade privada dos meios de produção
- 2. Tem o capital como centro e objetivo
- 3. Gerar classes socioeconômicas específicas
- 4. Permite mobilidade social
- 5. Defenda a liberdade de negócios e associação
- 6. Promova o mercado livre
- 7. Baseia-se na lei de oferta e demanda
- 8. Promova a competição
- 9. Reconhecer a liberdade de trabalho
- 10. Defende a interferência mínima do Estado
- Veja também:
O capitalismo é definido como um sistema baseado na propriedade privada dos meios de produção, no mercado livre e no aumento de capital. Desde a sua plena implantação no século XIX, graças à revolução industrial, o capitalismo adquiriu diferentes modalidades em cada contexto histórico. Porém, em meio à diversidade de suas expressões, existe um conjunto de características essenciais a todos os modelos. Vamos ver alguns deles.
1. Propõe e defende a propriedade privada dos meios de produção
A propriedade privada dos meios de produção é o coração do capitalismo e se refere ao direito do proprietário de explorar os meios à sua disposição para gerar lucro econômico. Para o capitalismo, é um direito que garante tanto o crescimento econômico das pessoas e da sociedade quanto a eficácia do sistema e a liberdade do cidadão.
O controle privado dos meios de produção equilibra as forças da sociedade civil com as do Estado, pois eleva os cidadãos à condição de proprietários, investidores e produtores, e pode torná-los um poder alternativo ao político.
2. Tem o capital como centro e objetivo
A acumulação de riqueza ou capital por meio do trabalho produtivo é o objetivo e o centro do capitalismo. Isso se refere ao enriquecimento individual e das associações com fins lucrativos e ao crescimento econômico da sociedade em geral, desde que as políticas governamentais encontrem um equilíbrio adequado entre as classes sociais.
O capital dos empresários, investidores e acionistas não provém de um salário, mas da rentabilidade da empresa, ou seja, do retorno que sobra uma vez que todas as obrigações recorrentes tenham sido pagas, inclusive o salário dos trabalhadores. Da mesma forma, investidores e acionistas recebem lucros por meio de instrumentos financeiros, como papéis de dívida, títulos, juros, etc.
3. Gerar classes socioeconômicas específicas
A sociedade capitalista é composta pela burguesia (alta, média e baixa), pelo proletariado e pelo campesinato. A alta burguesia é quem controla os meios de produção, a mídia, a terra e o setor bancário e financeiro. É esta classe que recebe a renda pela exploração dos meios de produção que lhe pertencem.
A média burguesia pode ocupar cargos administrativos, profissionais e / ou intelectuais. A pequena burguesia se refere ao setor de pequenos artesãos, comerciantes, funcionários públicos e assalariados de baixa patente. Tanto a burguesia média como a baixa burguesia podem possuir os seus próprios meios de produção, mas, enquanto não tiverem empregados sob a sua responsabilidade, são considerados como não exploradores de ninguém. Isso é muito típico de oficinas de artes e ofícios.
O proletariado constitui a classe operária do setor industrial (mão de obra não qualificada) e, finalmente, o campesinato, dedicado à produção do campo.
4. Permite mobilidade social
Antes do capitalismo, toda pessoa que nasceu no contexto de uma determinada classe social estava condenada a lá permanecer para sempre. Ao contrário de outros modelos econômicos como o feudalismo, os sistemas escravistas ou totalitários, o capitalismo permite a mobilidade social, o que significa que uma pessoa pode ascender socialmente aumentando seu capital, independentemente de sua origem.
5. Defenda a liberdade de negócios e associação
Em virtude do direito de propriedade sobre os meios de produção, o capitalismo defende e exerce a liberdade de empresa, seja de bens ou serviços. A liberdade de investir e administrar a empresa privada com autonomia faz parte desse aspecto. Isso implica escolher a área de trabalho, aplicar recursos livremente, lucrar com os lucros, fechar a empresa quando necessário, etc.
6. Promova o mercado livre
Para os capitalistas, a liberdade de mercado, ou seja, a liberdade de avaliar preços ou valor de troca de acordo com a lei da oferta e da demanda, é essencial para a eficácia do modelo capitalista. Portanto, independentemente de qual o capitalismo combata ativamente os controles e a interferência do Estado na regulação dos preços.
7. Baseia-se na lei de oferta e demanda
O modelo produtivo do capitalismo gera bens e serviços, que por sua vez geram uma oferta e uma demanda a partir da qual os preços são acordados.
O preço ou valor de troca de bens e serviços é determinado a partir de variáveis como o valor de uso. A disponibilidade desse objeto de troca (que tem valor de uso), ou seja, a proporção entre o número específico de bens e serviços oferecidos e os demandados pelos consumidores, também afeta o preço ou o valor de troca. Portanto, se um produto básico se torna escasso, seu preço aumenta.
No campo dos produtos culturais, como pinturas, música ou outros, onde a utilidade prática não é um critério aplicável, o valor de troca pode ser determinado pelo valor do status, conforme as reflexões de Jean Baudrillard.
8. Promova a competição
Se o sistema capitalista é regido pela lei da oferta e demanda, a competição é gerada entre os produtores para atrair a atenção do mercado e obter melhores lucros. A concorrência permite estimular preços mais favoráveis e serviços e produtos de maior qualidade, o que implica que é em si mesma um fator de crescimento econômico.
9. Reconhecer a liberdade de trabalho
O crescimento do capital depende da fabricação de bens de consumo em grande escala e da oferta de serviços. Para que isso seja possível, é necessária a contratação de mão de obra (operários, técnicos e administrativos). A relação do capitalista investidor com o trabalhador é estabelecida em condições de liberdade. Isso significa que o empregado é livre para aceitar ou não o trabalho de acordo com seus interesses, obrigações e habilidades e, caso aceite, recebe um salário-base pelos serviços prestados, o que o livra da servidão e favorece a mobilidade social.
10. Defende a interferência mínima do Estado
Para o capitalismo, o Estado não deve interferir diretamente na economia, pois sua ação pode dificultar o crescimento econômico adequado. De acordo com a tendência do capitalismo, essa postura pode ir desde uma participação discreta, limitada a uma arbitragem entre os atores sociais e a administração adequada dos recursos obtidos pela produção privada, até uma abstenção absoluta da interferência do Estado.
Veja também:
- Características do comunismo.
- Características do fascismo.