Confucionismo: o que é, características e livros sagrados

O que é confucionismo?

Confucionismo, Confucionismo ou Ruismo é uma doutrina religiosa e filosófica com expressões rituais promovida pelo pensador Confúcio no século V aC. O confucionismo propõe um retorno a uma ordem primordial -que teria se deteriorado ao longo da história- por meio de dois sistemas: a prática do estudo e a prática das virtudes.

O objetivo do confucionismo não é a salvação individual, mas a participação dos sujeitos na transformação e restauração da sociedade, visando recuperar a harmonia com a lei do céu ou Tian. Portanto, é uma doutrina com implicações ético-políticas.

De acordo com as crenças do confucionismo, piedade filial (xiao) e respeito pelos superiores (deram) são a base fundamental da ordem social, que expressa a importância das hierarquias no privado e no público (a família e o Estado respectivamente). Portanto, tudo que é "antigo" merece o maior respeito. Junto com essas virtudes, também se destacam:

  • ren: bondade, benevolência ou altruísmo;
  • shu: respeito mútuo;
  • Zhong: lealdade;
  • xin: sinceridade;
  • sim: Justiça;
  • li: propriedade;
  • Zhi: sabedoria;

Características do confucionismo

O confucionismo possui um conjunto de características que o distinguem de outras doutrinas religiosas. Vejamos os mais importantes.

  • É um culto mais civil do que religioso.
  • Seu respeito e sacralização do passado o levam ao conservadorismo.
  • É observador de um ritualismo marcante, também visível nas fórmulas de cortesia.
  • Embora ele reconheça a divindade chamada Tian (Céu), não se aprofunda na metafísica.
  • Portanto, não rivaliza com os panteões de outras doutrinas religiosas.
  • Ele concebe o estudo como a contemplação dos textos filosófico-literários que fornecem modelos exemplares de comportamento.
  • A ética do confucionismo é uma ética política.
  • Conseqüentemente, o confucionismo é contrário à busca do benefício individual.
  • Não admite a salvação individual, mas sim a busca pela restauração da ordem primordial.
  • Não há conceito de progresso.

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Quem foi Confúcio?

O pensador Confúcio, cujo nome verdadeiro era Kong Kio, nasceu na China em uma família nobre. Ele viveu entre 551 e 479 AC. Ao chegar à meia-idade, Confúcio conquistou alguns cargos importantes com o intuito de colocar em prática suas teorias. Entre eles, o Ministro da Justiça do estado federal do Lu.

Ao deixar o cargo, ele viajou pelo país em busca de autoridades sensíveis aos seus ensinamentos. De volta para casa, ele fundou uma escola particular para treinar conselheiros reais. Desde então ele foi chamado Kong-fuzi, que significa ‘Master Kong’. A expressão Kong-fuzi tornou-se latina como Confucius, de onde ele derivou para sua forma atual.

Livros sagrados do confucionismo

Dentre os livros sagrados do confucionismo, a maioria compilados por Confúcio, podemos citar os chamados Cinco clássicos (wu jing):

  • Shujing (Livro de história);
  • Shijing (Livro de canções);
  • Yijing, (Livro de mutações ou mudanças);
  • Li Ching, (Livro dos ritos).
  • Ch'un Ch'iu (Anais da primavera e do verão), escrito pelo próprio Confúcio.

A isso são adicionados os chamados Quatro livros (sim shu), a saber:

  • Analectos de Confúcio, complicação de diálogos, frases e anedotas coletadas por seus discípulos após sua morte;
  • Grande conhecimento, compilado por Zhu Xi;
  • Doutrina da mediocridade, atribuído a Zisi, neto de Confúcio;
  • Mencius, que reúne os ensinamentos do Mestre Meng, chamado Mencius.

Origem e história do confucionismo

O confucionismo surge em um período de crise na China Antiga. Seu promotor, Confúcio, não se via como um fundador, mas como um pregador da mensagem que havia recebido de seus ancestrais.

Após a fundação da primeira escola, o pensamento confucionista começou a se espalhar amplamente, não sem resistência. Na verdade, foi perseguido nos dias do primeiro império e contestado pela escola taoísta.

Com o surgimento da dinastia Han no século 3 aC, o confucionismo foi justificado. A essa altura já existiam as correntes dos mestres Mencio e Xunzi.

Durante a dinastia Han, outras correntes apareceram. Um deles seria o de Dong Zhong-Shu, baseado na relação cosmologia-política e na teoria dos cinco elementos (wu-xing) A corrente de Han fu Wang Chong também emergiu, retornando ao racionalismo e condenando a superstição.

O confucionismo tolerou outras crenças como o budismo. Com o tempo, no entanto, algumas práticas de religiões estrangeiras, como o celibato, foram vistas como minando os valores do Estado.

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Apesar disso, o confucionismo teve que dar espaço ao pensamento metafísico. Isso determinou o surgimento de uma nova corrente durante a dinastia Sung (X-XIII DC): o neo-confucionismo representado pelos mestres Zhu Xi e Wang Yang-Ming.

Durante a dinastia Qing (17 ao início do 20), o Neo-Confucionismo foi contestado pelos defensores do Confucionismo primitivo, de natureza mais racionalista. Com o advento da modernização e posteriormente com a República Popular da China, o confucionismo passou por fases de perseguição e de tolerância por parte do governo.

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