- 1. Rejeição do neoclassicismo e do Iluminismo
- 2. Exaltação de sentimentos e subjetividade
- 3. Rebelião contra as regras da arte e da literatura
- 4. Culto de si mesmo e individualismo
- 5. Avaliação da originalidade
- 6. Sublimidade
- 7. Exaltação da fantasia
- 8. Nostalgia do passado
- 9. Interesse pela Idade Média e pelo Barroco
- 10. Interesse pelo exótico
- 11. Interesse por temas e culturas populares
- 12. Nacionalismo
- 13. Avaliação de línguas vernáculas
- 14. Temas românticos
- 15. Idealismo forte
- Obras e representantes do Romantismo
O Romantismo foi um movimento cultural, artístico e literário que teve lugar na Europa durante a passagem do século XVIII para o século XIX. Precedido pelo movimento alemão Sturm und Drang (tempestade e ímpeto), seu impacto foi de tal ordem que modificou o conceito e o papel da arte na modernidade. Isso foi possível devido às características particularmente inovadoras do movimento. Vamos ver.
1. Rejeição do neoclassicismo e do Iluminismo
Francisco de Goya y Lucientes: Fragmento O sonho da razão produz monstros. 1799. Gravura e água-tinta sobre papel. Medidas originais: 213 mm de altura x 151 mm de largura.
O romantismo surgiu inicialmente na Inglaterra, França e Alemanha em contraste com o movimento intelectual do Iluminismo e sua expressão artística neoclássica, onde a lógica, a razão e a objetividade eram valorizadas, o que resultou rapidamente na padronização de formas e conteúdos.
2. Exaltação de sentimentos e subjetividade
Consequentemente, o centro do romantismo girou em torno da exaltação dos sentimentos e da subjetividade, o que permitiu a libertação dos artistas e da arte.
3. Rebelião contra as regras da arte e da literatura
Os artistas do Romantismo se opuseram à rigidez do academicismo e libertaram a arte das regras, o que favoreceu a explosão da criatividade artística.
4. Culto de si mesmo e individualismo
Caspar David Friedrich: trecho de O caminhante acima do mar de nuvens. 1818. Óleo sobre tela. Medidas originais: 95 cm de altura x 75 cm de largura.
Se antes o artista tinha que criar segundo a encomenda e limitar-se às intenções do patrono, com a liberdade adquirida o artista podia apostar na individualidade.
5. Avaliação da originalidade
Portanto, no romantismo, a originalidade passa a ser um critério de avaliação artística, por isso fica para trás a ideia de que a arte deve responder à tradição, dar continuidade ou aperfeiçoá-la.
6. Sublimidade
Diante da ideia de beleza clássica, austera, ordenada e equilibrada, o romantismo põe diante de si a ideia de sublime, segundo a qual a beleza se encontra no terrível e incômodo, naquilo que, embora não plácido, perturba e se move.
7. Exaltação da fantasia
O movimento romanticista é caracterizado por desencadear fantasias, sonhos, o sobrenatural e a provocação tanto nas expressões artísticas como na literatura.
8. Nostalgia do passado
Por ser um movimento crítico com seu contexto sociocultural e seu contemporâneo, o neoclassicismo, o romantismo desenvolveu uma nostalgia do passado, que via como uma época melhor.
9. Interesse pela Idade Média e pelo Barroco
A Idade Média, sobretudo aquela que coincidiu com a arte gótica, foi para os românticos o símbolo da espiritualidade e do misticismo, razão pela qual a recorreram frequentemente como inspiração ou como tema.
O Barroco, por sua vez, representou a liberdade composicional, a liberação das emoções, dos efeitos e da exuberância, intimamente ligada aos propósitos criativos e expressivos do romantismo.
10. Interesse pelo exótico
O romantismo busca romper com a tradição ocidental no exótico, ou seja, nas culturas estrangeiras que idealizaram, muitas vezes sob o paradigma do bom selvagem. Por exemplo, Orientalismo e a figura idealizada do aborígene americano.
11. Interesse por temas e culturas populares
Outra fonte de nostalgia do passado foi expressa no interesse em resgatar a sabedoria popular, folclore e lendas, o que deu ao romantismo uma forte ênfase no sentimento nacionalista.
12. Nacionalismo
Eugene Delacroix: Liberdade guiando as pessoas. 1830. Óleo sobre tela. 2,6 x 3,25 m.
O nacionalismo era para os românticos a expressão do self coletivo e estava intimamente relacionado com a proliferação de estados-nação na passagem do século 18 para o século XIX. Sua ênfase, no entanto, não estava na institucionalidade como tal, mas na identidade do Cidade.
13. Avaliação de línguas vernáculas
No romantismo, as ligas vernáculas assumiram grande importância, pois se tornaram uma arma de expressão nacionalista. As literaturas nacionais gozaram de uma difusão extraordinária, assim como a música. E neste último, as óperas em língua nacional se destacaram com precisão, o que desafiou a tradição que as obrigou a serem escritas em italiano.
14. Temas românticos
Entre os tópicos mais frequentes, eles se concentraram nos seguintes:
- Amor, paixão e emoção.
- A nação, a história e o povo.
- Religião, mitologias nórdicas e espiritualidade.
- O imaginário da fantasia medieval.
- Orientalismo e o mundo aborígene.
- Morte, com ênfase no suicídio.
- A paisagem como metáfora do mundo interior do sujeito.
15. Idealismo forte
Este movimento foi extremamente idealista, não só a nível artístico, mas também a nível político e social. Não era incomum que os artistas do Romantismo se envolvessem com várias causas políticas ou movimentos espirituais.
Obras e representantes do Romantismo
Escritoras
- Johann Wolfgang von Goethe (1749-1832). Tocam: As desventuras do jovem Werther.
- Lord Byron (1788-1824). Tocam: Caim Y As peregrinações de Childe Harold.
- Victor Hugo (1802 - 1885). Tocam: Os Miseráveis.
Artistas plásticos
- Caspar David Friedrich (1774-1840). Tocam: Monge à beira-mar.
- Eugene Delacroix (1798-1863). Tocam: Liberdade guiando as pessoas.
- Francisco de Goya y Lucientes, pintor transicional (1746-1828). Tocam: Os sonhos da razão produzem monstros.
Músicos
- Ludwig van Beethoven (1770-1827). Tocam: Sinfonia No. 9.
- Franz Schubert (1797-1828). Tocam: Ave Maria.
- Robert Schumann (1810-1856). Tocam: Dichterliebe (Amor e vida de um poeta).