O que é ateísmo:
Ateísmo é o postura ou convicção de que não existe deus ou ser supremo. Também nega a verdade de toda fé ou crença relacionada a seres divinos ou sobrenaturais, ou doutrinas baseadas em sua existência.
A etimologia do ateísmo vem do grego ἄθεος (ateu), que por sua vez é composto pelo prefixo ἄ, que significa "sem", e pelo substantivo θεος, que significa "deus". É formado com o sufixo -ismo, que significa 'doutrina' ou 'tendência'. O ateísmo seria, então, a ausência de crença em Deus.
Filosoficamente, os seguidores do ateísmo recorrem a vários argumentos para questionar a existência de Deus. Por um lado, eles questionam a evidência empírica de sua existência. Eles também apontam as contradições da natureza onipotente e benevolente de Deus, uma vez que, de acordo com isso, ele não deveria permitir a existência do mal e do sofrimento no mundo.
Eles também são baseados no argumento das revelações divinas, que são inconsistentes e contraditórias entre si nas várias religiões do mundo.
A variedade de posições do ateísmo torna possível distinguir vários tipos. Existe um ateísmo forte e fraco, ateísmo teórico e prático, ateísmo cristão e até ateísmo promovido pelo Estado.
O símbolo mais difundido do ateísmo é um estilizado "A", criado em 2007 pela artista americana Diane Reed para a International Atheist Alliance. No entanto, existem muitas organizações ateístas e cada uma tem seu próprio símbolo, portanto, não há referência universal.
O oposto do ateísmo é o teísmo, que é a crença em um deus supremo, deuses ou seres que transcendem o plano terreno. Geralmente, o teísmo é canalizado e dogmatizado por uma certa doutrina religiosa.
Tipos de ateísmo
Existem diferentes tipos de ateísmo. Alguns negam categoricamente a existência de um deus ou entidade divina; outros simplesmente não consideram sua influência. O ateísmo também pode ser exercido institucionalmente, a partir do Estado, como veremos a seguir.
Ateísmo forte ou positivo
Ele nega abertamente a existência de qualquer deus ou entidade sobrenatural. Para o ateísmo forte, não existe um deus criador ou deuses do universo conhecido, pois o universo sempre existiu; portanto, não precisa de um criador para justificar sua existência.
Ateísmo fraco ou negativo
É um ateísmo mais flexível e mais próximo do agnosticismo, pois não nega categoricamente a possibilidade da existência de deuses, mas simplesmente não acredita neles.
Ateísmo prático ou pragmático
Não nega a existência de Deus, mas exclui sua influência ao explicar os fenômenos naturais. Além disso, o ateísmo prático se expressa no desinteresse em questionar a existência de um deus, pois para essa corrente é um tema que não tem relevância no cotidiano.
Ateísmo teórico
Dedica-se a levantar argumentos que confirmem a inexistência de deuses ou divindades. Para o ateísmo teórico, há evidências científicas e filosóficas suficientes para validar a inexistência de uma entidade superior ou de origem divina.
Ateísmo cristão
O ateísmo cristão ou ateísmo de valores cristãos nega a existência de Deus, mas pratica os ensinamentos de Jesus. Nesse sentido, Jesus é tomado não como um ser divino, mas como uma referência dos valores que as pessoas devem colocar em prática no seu dia a dia.
Ateísmo de estado
É quando os estados são contra as instituições religiosas ou são diretamente anti-religiosos. Um exemplo foi a República Popular da Albânia, que foi declarada um estado ateu pelo ditador Enver Hoxha entre 1967 e 1991.
Veja também: Ateu
Diferença entre ateísmo e agnosticismo
Embora o agnosticismo seja freqüentemente visto como um tipo de ateísmo, é uma postura diferente em relação à existência e à natureza do divino. O agnosticismo não afirma a existência de Deus, mas também não a nega totalmente, pois considera que esse conhecimento está além da compreensão humana.
O ateísmo, por outro lado, é uma posição que nega categoricamente a existência de Deus, dos deuses ou de qualquer entidade superior que transcenda o plano estritamente material.
Veja também:
- Agnóstico
- Religião
- Agnosticismo
História do ateísmo
Na Grécia antiga, filósofos como Epicuro ou Diagoras, conhecido como "o primeiro ateu", tentavam explicar o mundo afastando-se do sobrenatural. Isso deu origem ao atomismo, que postulava que o universo era feito de pequenas partículas chamadas átomos. Essa visão removeu qualquer possibilidade de intervenção divina nos fenômenos naturais.
Na Idade Média, as questões sobre a natureza divina dos fenômenos foram silenciadas pela forte influência da Igreja. Isso mudou na Renascença, quando o humanismo da Renascença favoreceu um ambiente de debate e reflexão centrado no homem e não na divindade. Isso abriu caminho para a consolidação de uma cultura secular.
Na Idade Moderna, as críticas ao cristianismo europeu e ao avanço científico levaram ao surgimento do ateísmo como um conceito. Pensadores como Baruch Spinoza, Mattias Knutzen ou Inmanuel Kant questionaram abertamente a existência de Deus, gerando novas correntes de pensamento voltadas para o materialismo.
Essas correntes teriam seu apogeu nos séculos 19 e 20, e entre elas se destacou a teoria marxista, que considera a religião uma invenção das elites para oprimir a classe trabalhadora.